Nos últimos tempos, há um movimento crescente entre advogados que estão abraçando atividades periféricas da advocacia. Essas práticas vão além do direito tradicional e se alinham com as necessidades empresariais, com foco na redução de custos operacionais e no aumento do valor percebido dos advogados nas discussões sobre resultados empresariais.
Eficiência Jurídica versus Legal Operations: Correntes em debate
No Brasil, essas novas abordagens da advocacia se dividem principalmente em duas correntes: Eficiência Jurídica e Legal Operations. Vamos entender as diferenças e complementaridades destacando suas principais definições e aplicações.
Eficiência Jurídica
Envolve práticas e ações que tornam as rotinas operacionais e a gestão mais produtivas e eficazes. Segundo Cláudio Bernardo, autor para a Benner Sistemas, Eficiência Jurídica refere-se a práticas que aumentam a produtividade e eficácia das operações jurídicas. Felipe Fioratti Coffone e outros autores, escrevendo para o Legal One, complementam que a Eficiência Jurídica conecta a estratégia da empresa com o departamento jurídico, unindo conhecimento técnico e metodologias de design e controladoria jurídica. A ideia é transformar o ambiente jurídico em uma espécie de startup unicórnio, referência em entregas para toda a organização.
Legal Operations ou Legal OPS
Refere-se a um conjunto de mudanças organizacionais em escritórios de advocacia e departamentos jurídicos com o objetivo de otimizar a gestão jurídica. Tercio Strutzel, no Portal Migalhas, define Legal Ops como uma área que se baseia em pessoas, processos e tecnologias para otimizar a gestão jurídica. Daniel Isliker P. do Amaral Mello sugere que a Eficiência Jurídica é uma parte das operações legais, destacando a necessidade de um glossário para definir os termos dentro das inovações jurídicas. Gustavo Rocha, no site Jus.com.br, amplia a definição ao incluir fluxos de trabalho, orçamentos, tecnologia e clima organizacional.
Eficiência e operação: uma visão etimológica
Para entender melhor esses conceitos, é útil explorar suas raízes etimológicas. A palavra "eficiência" deriva do latim "effectio", que significa execução, produção ou trabalho. Já "operação" vem de "operatio", que também se refere a trabalho ou obra, mas com um enfoque mais abrangente, incluindo um conjunto de atividades e processos. Curiosamente, a eficiência está contida na definição de operação, mas não o contrário. Isso sugere que, etimologicamente, a eficiência é parte integrante da operação.
O Futuro da advocacia na era tecnológica
A prática jurídica está em constante evolução, e os conceitos de Eficiência Jurídica e Legal Operations representam uma transformação significativa. Enquanto a Eficiência Jurídica foca na integração e otimização das operações jurídicas, o Legal Operations visa uma abordagem mais ampla, incorporando diversas disciplinas para melhorar a eficiência e produtividade.
Para os advogados, isso significa uma mudança de paradigma, onde a tecnologia e métodos modernos de organização são essenciais. Para os empresários, é uma oportunidade de contratar serviços jurídicos mais eficientes e integrados às necessidades empresariais.
A integração de Eficiência Jurídica e Legal Operations está moldando um novo perfil de advogados, mais alinhados com as necessidades do mercado e preparados para enfrentar desafios complexos com soluções inovadoras. A sociedade como um todo se beneficiará dessa evolução, resultando em serviços jurídicos mais eficazes e adaptáveis.
Esta transformação não apenas melhora a prática jurídica, mas também promove uma advocacia mais humanizada e eficiente, pronta para atender às demandas do século XXI.
Se você quer estar entre os melhores, não pode ter medo de mudar. Estamos no século XXI!